sábado, 24 de setembro de 2016
ISTO É - As gravações que comprovam a fraude de R$ 2 bi na Funcef
Lei a íntegra da matéria e escute os áudios.
A ausência de fiscalização com reponsabilidade e responsabilização de dirigentes, a desinformação, a falta de transparência tornaram os fundos de pensão alvos fáceis ao uso em benefício de causas diferentes de seus propósitos, do direito à sobrevivência e à qualidade de vida dos trabalhadores, participantes e pensionistas na idade em que o mercado não mais os deseja.
História a ser recuperada e justiça a ser cumprida.
Aposentados, trabalhadores e pensionistas exigem, além a elucidação, a recuperação do dinheiro, o julgamento e condenação dos culpados e a reformulação das instituições administradoras dos fundos, da controladora e da legislação.
O que se quer são ações :
- para a transparência dos atos e propósitos dos dirigentes,
- para a qualificação,
- para o esclarecimento dos participantes,
- para fiscalização isenta, com cobrança efetiva e responsabilização.
Esta é a moralização desejada no negócio bilionário que garante a vida dos trabalhadores e seus direitos à dignidade conquistada em mais de 30 anos de trabalho e contribuição.
sábado, 17 de setembro de 2016
Lições das perdas nos fundos de pensão - Gazeta do Povo José Pio Martins [16/09/2016] [00h02]
A Polícia Federal deflagrou a Operação Greenfield, no início deste mês, para apurar um suposto esquema de prejuízos bilionários e corrupção nos quatro maiores fundos de pensão das estatais: Funcef (da Caixa Econômica Federal), Petros (da Petrobras), Previ (do Banco do Brasil) e Postalis (dos Correios). Segundo a acusação, gestores desses fundos teriam feito aplicações financeiras com prejuízos em troca de recebimento de propina. Por enquanto, é apenas acusação. Irregularidades, prejuízos e responsáveis somente podem ser confirmados após as investigações e os processos judiciais.
Pergunta intrigante: se tudo for verdade, por que os controles internos não conseguiram evitar as irregularidades? Entre minhas funções, fui secretário municipal, diretor-geral da Secretaria da Fazenda do Paraná e presidente de banco. Em minha carreira, alguma coisa aprendi sobre a gestão de grandes valores de terceiros, e confesso que tudo me parece muito estranho.
Por que os controles internos não conseguiram evitar as irregularidades?
Nos grandes bancos, operações de investimento financeiro, como aquelas feitas pelos fundos de pensão citados, passam por quatro instâncias internas e duas externas pelo menos, cujos procedimentos se assemelham às grandes agências de inteligência. Um setor faz o negócio; outro executa a operação; o terceiro faz a liquidação (processamento contratual, pagamento e fiscalização); o quarto faz a auditoria interna.
Além dos setores internos, o preço do negócio é identificado por laudo de avaliador externo (antes da execução) e fiscalizado por auditoria externa (após a realização). Se nas operações bilionárias é assim que deve funcionar e, a se provar que houve prejuízos e corrupção nas operações dos fundos de pensão, é o caso de perguntar: onde estavam os controles?
Banco do Brasil, Petrobras, Caixa Econômica e Correios estão entre as maiores empresas do planeta, e é de se supor que sigam os manuais de gestão das megacorporações e suas megaoperações. Os fundos de pensão recebem contribuições dos empregados e das empresas empregadoras, para investir e pagar aposentadorias, pensões e benefícios. Um esquema de fraudes e perdas somente pode prosperar se os controles não existirem ou se falharem.
Nenhuma das quatro empresas é amadora. Todas são devidamente profissionalizadas e conhecem os manuais de gestão. Então, há muito para ser esclarecido. Obviamente, a corrupção e a ineficiência não foram inventadas agora, são endêmicas no Brasil. Mas o que assusta nesses casos é o tamanho do rombo e a dimensão do roubo.
A Constituição dos Estados Unidos teve base no pensamento exarado em uma série de 85 artigos nascidos de reuniões na Filadélfia em 1787, que foram reunidos no livro O Federalista. Lá está a seguinte passagem de James Madison: “Mas o que é o próprio governo, senão a maior das críticas à natureza humana? Se os homens fossem anjos, não seria necessário governo algum. Se os governantes fossem anjos, o governo não precisaria de controles externos nem internos”. Como não há anjos, a esperança está nos controles e no Código Penal.
José Pio Martins, economista, é reitor da Universidade Positivo.
http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/licoes-das-perdas-nos-fundos-de-pensao-8kwzqzc9hmnaah4qch7lgh69y
quarta-feira, 14 de setembro de 2016
terça-feira, 13 de setembro de 2016
quarta-feira, 7 de setembro de 2016
Míriam Leitão
A ponta do Iceberg
COLUNA NO GLOBO
A ponta do iceberg
POR MÍRIAM LEITÃO
Há muitas formas de se desviar dinheiro de um fundo de pensão, por isso a lista dos suspeitos é grande. A operação Greenfield conseguiu mapear dez casos em que houve o mesmo padrão de irregularidade. Há outros casos sendo investigados. Esse pode ser o começo de um longo processo de limpeza dos fundos de pensão, que precisavam, há muito tempo, de um esforço para estancar a sangria.
A operação que cumpriu ontem ordens de prisão, condução coercitiva, busca e apreensão contra 40 alvos começou a ser montada há dois anos diante de denúncias recebidas. No começo, eram genéricas. Depois, chegaram denúncias mais concretas, feitas por participantes dos fundos, que explicavam a complexidade de certas operações.
Na CPI dos Fundos de Pensão, houve um grande avanço porque conseguiu-se montar um grupo de profissionais de várias áreas — Previc, Polícia Federal, CVM, Banco Central, TCU — que passou a assessorar as investigações. A PF agora está trabalhando num grupo multi-institucional, como foi na CPI. Um padrão de desvio foi identificado nos Fundos de Investimentos em Participações (FIPs), criados para um específico investimento. Eles é que estão nos casos investigados na operação de ontem.
O deputado Efraim Moraes Filho (DEM-PB), que foi presidente da CPI, considera que esses escândalos têm uma face ainda mais cruel, porque criam rombos que depois são cobertos pelos trabalhadores e, pior, pelos aposentados.
— A Postalis já está descontando 17% dos aposentados; a Funcef já desconta 4%; e a Petros começará no ano que vem a descontar para cobrir o rombo — disse o deputado.
A regra é que os fundos de pensão não podem deter mais do que 25% desses FIPs, mas o truque das empresas era superavaliar os ativos que aportavam nos FIPs, de tal forma que o fundo de pensão aplicava mais do que deveria, corria mais risco do que podia, e o tempo de retorno do investimento passava a ser muito maior. Ou seja, os 25% valiam mais do que o percentual indicava, porque os 75% eram de ativos cujo valor era exagerado. Em vários casos, essas operações foram feitas com uma rapidez que desrespeitava as regras dos fundos.
Os FIPs são uma forma de desviar dinheiro de fundos de pensão. Há várias outras. Como se justifica a compra de títulos da dívida da Argentina, no meio do calote, e da dívida da Venezuela, pela Postalis?
Nos últimos anos, o governo se comportou como se os fundos de pensão fossem departamentos das estatais. Eles foram convocados para aportar dinheiro em cada projeto duvidoso que aparecia — como a Sete Brasil —, sustentavam projetos de empresas amigas, eram usados como cabides de emprego para indicados políticos. Por isso não é de se estranhar que sejam alvos alguns velhos conhecidos, como Leo Pinheiro e João Vaccari Neto.
— A Sete Brasil tinha um mês de vida, era apenas uma ideia, e recebeu aportes de R$ 3,3 bilhões de três fundos: Funcef e Petros deram R$ 1,5 bi cada um, e a Previ deu outros R$ 300 milhões. Não eram investimentos do interesse dos aposentados, mas sim uma agenda do PT. Em Belo Monte, foi a mesma coisa — diz o deputado Efraim Moraes Filho.
O caso do J&F tem a ver com o FIP Floresta, que iniciou os investimentos da celulose Eldorado, depois beneficiada com dinheiro do FI-FGTS, em caso denunciado pelo ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto, afilhado do deputado Eduardo Cunha. No caso do FIP Enseada, encontra-se Eugênio Staub, que já quebrou a Gradiente, e tentava por em pé outra empresa com a ajuda dos fundos. A Engevix também está presente nesse escândalo através do FIP Cevix, que recebeu R$ 237 milhões da Funcef.
— Isso é só a ponta do iceberg, só o começo, porque os valores dos fundos são gigantescos. Eles pegavam um papel sem valor, levavam ao fundo e, com tráfico de influência, conseguiam aprovar. Uma agência de classificação pequena dava um bom rating, e aí tirava-se dinheiro do fundo de pensão — disse o deputado Sérgio Souza (PMDB-PR), relator da CPI dos Fundos de Pensão.
O rombo que terá que ser coberto é de R$ 50 bilhões, e os desvios são de R$ 8 bilhões. Pelo que a CPI levantou, e pelo que a PF já está investigando, este é apenas o começo de uma limpeza que pode ser histórica.
(Com Alvaro Gribel, de São Paulo)
terça-feira, 6 de setembro de 2016
segunda-feira, 5 de setembro de 2016
Investigação de fraude em fundos de pensão envolve 40 pessoas
Juiz proíbe investigados de exercer atividades no mercado financeiro e manter contato entre si.
O assunto é notícia durante todo o dia 5 de setembro de 2016. Polícia Federal em ação nesta segunda-feira traz mais esperanças dos participantes reaverem o dinheiro da aposentadoria e da justiça ser feita.
O assunto é notícia durante todo o dia 5 de setembro de 2016. Polícia Federal em ação nesta segunda-feira traz mais esperanças dos participantes reaverem o dinheiro da aposentadoria e da justiça ser feita.
domingo, 4 de setembro de 2016
segunda-feira, 8 de agosto de 2016
quarta-feira, 3 de agosto de 2016
Previ está inclinada a vender fatia na CPFL
Revista EXAME, 19/07/2016 09:26 - A decisão da Previ de aceitar a proposta da State Grid pode atrair os outros fundos para o negócio e desencadear uma aquisição dos papéis dos acionistas minoritários, disseram as fontes nesta matéria.
Vale ler.
"São Paulo - A Previ, fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil, está inclinada a aceitar a oferta da State Grid por sua participação na CPFL Energia, elétrica na qual o maior fundo de pensão do Brasil tem uma participação de 29,4 por cento, afirmaram à Reuters nesta terça-feira duas fontes com conhecimento do assunto.
Altos funcionários da Previ elaboraram um rascunho de documento em que recomendam aceitar a proposta de 25 reais por ação da CPFL feita pela State Grid, disseram as fontes, que falaram sob a condição de anonimato, uma vez que o tema permanece em discussão.
A Previ, que administra 155 bilhões de reais em poupança para funcionários do Banco do Brasil, tem que decidir sobre o assunto antes do fim de julho, disseram as fontes.
Paulo Rogério Caffarelli e Gueitiro Genso, os principais executivos do banco e da Previ, respectivamente, discutiram o assunto recentemente, adicionaram as fontes.
A assessoria de imprensa da Previ e do Banco do Brasil informaram que não comentariam as informações.
No início deste mês, a State Grid, maior empresa de energia elétrica do mundo, anunciou acordo para comprar a participação de 23,6 por cento da Camargo Correa SA na CPFL por 5,9 bilhões de reais.
Sob os termos de um acordo de acionistas, a State Grid tem de estender a mesma oferta aos demais sócios, incluindo a Previ e um veículo de investimento chamado Bonaire - que tem quatro outros fundos de pensão estatais.
A decisão da Previ de aceitar a proposta da State Grid poderia atrair os outros fundos para o negócio e desencadear uma aquisição dos papéis dos acionistas minoritários, disseram as fontes.
O acordo será assinado somente após a State Grid concluir procedimentos de due diligence, e caso a Previ e outros fundos renunciem a seus direitos de concorrer pela CPFL, disse uma das fontes.
A maioria dos fundos de pensão estatais está desesperadamente à procura de dinheiro em meio à recessão mais severa do Brasil desde a década de 1930 e a perdas recordes em seus investimentos no ano passado.
A mesma fonte disse que State Grid poderia pagar 25 bilhões de reais por 100 por cento da CPFL, além de assumir cerca de 15 bilhões de reais em dívidas da elétrica.
O acordo também dá à State Grid o controle da CPFL Renováveis SA, uma empresa de energia renovável na qual a CPFL detém uma participação de 52 por cento.
A transação está sujeita à aprovação regulatória e antitruste."
sexta-feira, 1 de julho de 2016
JOGOLIMPO
#jogolimpo
Peço licença para colocar Martin Luther King na nossa conversa daqui: "O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética... O que me preocupa é o silêncio dos bons."
Quando EU me importo, o esforço parece infinito. Dei tudo por princípios e durmo bem à noite. Que fantástico, não basta mas me enche de satisfação, de missão cumprida!
Quando TU, VÓS, ELE ou ELES se importam, o problema não me diz respeito e a conta só vem ao final e ao cabo, certeira, sem piedade. Me omiti ou fui conivente? tanto faz! Dormi à noite? posso ter dormido por um tempo por ignorar e seguir adiante. Mas a conta chega. Acreditem, a conta chega!
Quando NÓS nos importamos...ah que bela governança! Somos uma nação. Olha que maravilha! Vem e vão as gerações, temos filhos, netos, um rol de bichanos felizes, legisladores e executivos compromissados, eleitores conscientes! Que Alice no país das maravilhas!
Eu faço parte do grupo que deseja ser uma NAÇÃO, que quer as questões, os vícios resolvidos, que reclama direitos e justiça, aguardo Alice chegar? pode ser, mas estou orgulhosa por ser assim e exerço direitos MARCANDO cada rostinho no VOTO das próximas eleições, nas redes familiares e de amigos. Vozes que se multiplicam e se mostram nas urnas.
Exercer o direito inegável é uma bela resposta!
Esconder as mazelas dos fundos de pensão resolveu o problema? me digam? claro que não! a conta chegou! Pagamos pelo rombo criado por atitudes inescrupulosas com o dinheiro público e particular dos participantes, confiando nas instituições e seus gestores, nas associações e sindicatos.
Agora, corremos na busca de soluções por intermédio do parlamento, legisladores e ministério público fazendo investigações para punir culpados.
Agora, articulamos associações para ações conjuntas na justiça contra os responsáveis e para apuração do valor estritamente devido por circunstâncias da conjuntura econômica, apartados da gestão temerária apontada pela Comissão Parlamentar de Inquérito.
Esconder que atletas se dopando resolve? claro que não! quem não viu a Rússia devolver medalhas e a proibição de vinda de atletas?
Agora, vivemos o momento em que esconder não pode ser a opção acertada!
Esconder que fiquei grávida dura os nove meses? claro que não! talvez no meu caso sim, porque não estou!
Esconder que gosto de azul, gostei do vermelho e que você continua gostando do vermelho resolve? não creio, mesmo que resolvesse...pra quê? se é possível aceitar gostos diferentes se não se trata do CERTO, do LEGAL, do MORAL?
Direitos humanos sim, algo impensável de ser negociado!
Desejo compor uma NAÇÃO!
segunda-feira, 13 de junho de 2016
O QUE PENSAM AS ENTIDADES DE CLASSE SOBRE O PLP 268/2015
O déficit dos fundos de pensão já é sentido no bolso. Aposentados e participantes da ativa já sofreram, no mês de maio, o impacto do desconto de 2,78% no primeiro dos mais de duzentos meses que terão pela frente para pagar as consequências do déficit que os vícios na gestão da FUNCEF investigados pela CPI dos Fundos de Pensão.
Para o presidente da ABRAPP - Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar, José Ribeiro Pena Neto, entretanto, não há justificativa para a urgência na tramitação do projeto de lei “Não vemos nenhum motivo para esse projeto ser discutido com urgência, pois não vai apagar nenhum incêndio. Não há incêndio no setor e se tivesse, esse projeto nem apagaria” enfatizou Pena Neto ao Investidor Institucional.
Diretores e Conselheiros Eleitos das Entidade de Fundos de Pensão Complementar da PREVI, PETROS, FUNCEF, REAL GRANDEZA e POSTALIS manifestam-se publicamente contra a aprovação do PLP 268/2015 por intermédio do Fórum Independente em Defesa dos Fundos de Pensão - FIDEF, criado no 35º Congresso da ABRAPP - Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar.
A FENAE - Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal é contra a aprovação do Projeto de Lei Complementar 268/2015 e assina a Carta Aberta ANAPAR juntamente com outras federações e confederações de trabalhadores. Considerando como ataques do governo interino de Michel Temer a conquistas dos trabalhadores, manifestam-se contrariamente à aprovação do PLP 268/2015, à extinção do Ministério da Previdência e à unificação da Previc com a Susep - Superintendência de Seguros Privados.
As restrições apontadas ao PLP 268/2015 são: perda da paridade de representação dos participantes com o seu patrocinador nos conselhos deliberativo e fiscal com a inclusão de dois conselheiros independentes contratados no mercado que "deixa clara a intenção de transferir para bancos e seguradores os recursos dos participantes, hoje em torno de R$ 700 bilhões.".
Para a ANPAR, “Um dos problemas do projeto de lei é o encarecimento dos custos para os fundos de pensão, que terão que contratar conselheiros independentes no mercado. Como são profissionais que deverão ter alta qualificação, devem gerar um alto custo, principalmente para as entidades de médio e pequeno portes”, diz o presidente da Anapar Antônio Bráulio de Carvalho. Entretanto, trecho extraído do PLP estabelece limites de remuneração que protegem de abusos - § 4º do Art. 18-A: "Os membros independentes dos conselhos serão remunerados, observados, sempre que houver, os mesmos parâmetros estabelecidos para os demais representantes dos respectivos colegiados da entidade fechada".
No momento, o projeto está em tramitação na Câmara dos Deputados em regime de urgência. Se aprovado, o PLP introduzirá aspectos de controle maior aos fundos de pensão, caso sofra alterações o projeto de lei deverá ser remetido novamente ao Senado para análise e aprovação permanecendo inalterada Lei Complementar nº 108 até apreciação final pelas duas Casas.
domingo, 12 de junho de 2016
ENTENDA MAIS SOBRE O PLP 268/2015
O projeto de lei de autoria do Senador Valdir Raupp - PMDB/RO altera a Lei Complementar no 108, de 29 de maio de 2001, tramitou no Senado Federal entre março de 2015 a abril de 2016 e agora aguarda análise e aprovação pela Câmara dos Deputados. A proposta inclui dispositivos de governança das entidades fechadas de previdência complementar que, no entendimento do Senado Federal, melhorariam o controle e a profissionalização dos atos de dirigentes visando ainda a evitar desvios de conduta e interferências políticas que deram fato a déficits nos fundos de pensão de empresas estatais.
No Senado, o projeto tramitou na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), onde teve como relator o Senador Dalírio Beber, e na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) tendo como relator o Senador Aécio Neves, que apresentou substitutivo, e ainda recebeu as Emendas nºs 3 e 4, de autoria do Senador Ricardo Ferraço, no plenário do Senado.
O projeto nasceu no Senado com a proposta de solução para a pouca transparência e tímidos controles internos dos fundos de pensão, que no entendimento da Casa estimularam a politização dos conselhos de administração e diretorias, em prejuízo das poupanças dos funcionários das empresas e órgãos estatais.
A criação da figura do conselheiro independente, daria oportunidade à participação de profissionais que tenham uma atuação mais crítica e objetiva sobre os atos dos conselhos deliberativo e fiscal no interesse do conjunto do fundo, é apresentada com alternativa a relações antagônicas entre representantes da patrocinadora e de participantes. A seleção de conselheiros se daria por processo seletivo, conduzido por uma comissão formada por conselheiros representantes dos participantes, assistidos e patrocinadores, com pré-requisitos definidos e divulgados previamente, e excluindo-se as indicações ou escolhas influenciadas por interesses político-partidários.
Os pontos mais polêmicos no Projeto de Lei Complementar nº 268/2015 e que têm mobilizado entidades representativas e participantes de fundos de pensão dizem respeito (1) à perda de paridade na representação de participante e patrocinadora na composição dos conselhos deliberativo e fiscal decorrente da criação da figura do conselheiro independente que passa a compor os conselhos, (2) à composição da diretoria-executiva por meio de seleção pública realizada por empresa especializada e conduzido por um comitê, do qual fariam parte membros do conselho deliberativo, e por um especialista de notório saber.
As alterações, apesar de apresentadas pelo autor com o intuito de dar mais transparência e profissionalismo à indicação da diretoria, e criar barreira adicional às indicações de caráter político-partidário são questionadas quanto ao encarecimento resultantes da nova contratação e a perda da paridade na participação de representantes da patrocinada e participantes.
No momento, o projeto está em tramitação na Câmara dos Deputados em regime de urgência. Se aprovado, o PLP introduzirá aspectos de controle maior aos fundos de pensão, caso sofra alterações o projeto de lei deverá ser remetido novamente ao Senado para análise e aprovação permanecendo inalterada Lei Complementar nº 108 até apreciação final pelas duas Casas.
ÍNTEGRA DA CARTA ABERTA ANAPAR
Abaixo, a íntegra da Carta Anapar que é assinada pela Funcef dentre outras federações e associações de trabalhadores.
Assistimos, a partir do governo interino de Michel Temer, um ciclo de retrocessos socioeconômicos e culturais. Há uma clara sinalização de ataque aos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras, e de desmonte das conquistas e avanços arduamente alcançados pela luta dos cidadãos comprometidos com uma sociedade justa para todos.
A extinção do Ministério da Previdência Social, órgão responsável pela elaboração de políticas, gestão e fiscalização da previdência social no Brasil, é só mais uma sinalização neste sentido. Deixa claro e de forma inequívoca que o governo interino não consegue entender a previdência como política social e de distribuição de renda. O loteamento das atividades daquela instituição entre os ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento Social e Agrário representa uma afronta aos princípios norteadores da seguridade social, consagrados na Constituição Federal.
Essa medida também afeta a previdência privada, já que a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), o Conselho Nacional de Previdência Complementar e a Câmara de Recursos da Previdência Complementar foram postos sob o controle do Ministério da Fazenda, sacrificando ainda mais o princípio previdenciário dos fundos de pensão. Tememos que a medida acelere o fim do sistema fechado de previdên- cia complementar. Para os 3,5 milhões de participantes dos fundos de pensão o impacto deverá ser intenso.
Outro duro golpe contra as conquistas dos trabalhadores foi a aprovação pelo Senado Federal de propostas de alteração da Lei no 108/2001: tratam-se do PLS 388, do senador Paulo Bauer (PSDC-SC), do PLS 78, do senador Valdir Raupp (PMDB-RO) e substitutivo do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que se transformou no PLP 268/2016 e tramita em regime de urgência na Câmara Federal.
O projeto de lei, se aprovado, retira dos participantes a garantia de paridade com o seu patrocinador nos conselhos deliberativo e fiscal dos fundo de pensão constituídos por empresas públicas, conforme dispõe a lei no 108/2001. Essa importante conquista, o direito de eleger seus representantes para fiscalizar e participar da gestão de seu pa- trimônio é duramente afetada pelas alterações propostas, transferindo para o mercado a ocupação de vagas retiradas dos trabalhadores. O critério de escolha dos membros desses conselhos se dá por meio de eleição direta pelos participantes e da indicação pela empresa patrocinadora.
A proposta em discussão na Câmara altera a composição dos conselhos, passando para dois indicados, dois eleitos e a inclusão de dois conselheiros ditos independentes, que seriam contratados no mercado. Prevê, ainda, a inclusão do Tribunal de Contas da União como mais uma instância de fiscalização.
Essas propostas, dentre outras contidas no Projeto de Lei, representam um inaceitável retrocesso para o sistema de previdência complementar. A composição dos conselhos é resultado de mais de três décadas de negociações entre trabalhadores e empresas, que reconhecidamente trouxe avanços para a transparência do sistema. No que diz respeito ao TCU, os fundos de pensão estão na esfera das relações privadas, não se justificando a intervenção estatal.
Com a inclusão de representantes do mercado nas direções dos fundos de pensão fica clara a intenção de transferir para bancos e seguradores os recursos dos participantes, hoje em torno de R$ 700 bilhões.
Diante de tantas ameaças, as entidades de representação dos trabalhadores vêm a público se manifestar contra mais este ataque à previdência pública e complementar e contra a tentativa do governo interino de gerir a previdência social a partir de critérios exclusivamente financeiros.
Não aceitaremos retrocessos e retiradas de direitos. Os trabalhadores e trabalhadoras não permitirão o desmonte do Estado e a supremacia do econômico sobre a cidadania e a dignidade da população brasileira.
Os signatários desta carta se manifestam:
a) Contra a extinção do Ministério da Previdência;
b) Contra a aprovação do PLP 268/2015;
c) Contra a unificação da Previc com a Susep;
d) Em favor da democratização da gestão dos fundos de pensão e) Em favor da aprovação do PLP 84/2015
ANAPAR – Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão
ANABB – Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil
FENAE – Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal
CONTRAF – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Instituições Financeiras
CBTTL – Confederação Nacional de Trabalhadores em Transporte e Logística
PROIFES-FEDERAÇÃO - Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Su- perior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico
FNU – Federação Nacional dos Urbanitários
FNP - Federação Nacional dos Portuários
FENTECT – Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Similares
FUP – Federação Única dos Petroleiros
FITRATELP – Federação Interestadual dos Trabalhadores e Pesquisadores em Serviços de Telecomunicações
FISENGE - Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros
FENACEF – Federação Nacional das Associações de Aposentados e Pensionistas da CEF
FENAPAS – Federação Nacional das Associações Aposentados Pensionistas e Participantes em Fundos de Pensão do Setor de Telecomunicações
FAABB - Federação das Associações de Aposentados e Pensionistas do Banco do Brasil
FENASPE – Federação Nacional das Associações de Aposentados, Pensionistas e Anistiados do Sistema Petrobras e Petros AACRT – Associação dos Aposentados da Companhia Riograndense de Telecomunicações
ABCF – Associação dos Beneficiários da CEMIG Saúde e Forluz
AEA/MG - Associação dos Eletricitários Aposentados de Minas Gerais
APCELESC - Associação dos Aposentados e Pensionistas das CELESC (Florianópolis – SC)
AFABAN – Associação dos Funcionários Aposentados do Banrisul
AFUBESP – Associação dos Funcionários do Grupo Santander Banespa Banesprev e Cabesp
ACOPREV – Associação dos Contribuintes da Previdência Social
ASPAS - Associação dos Aposentados e Pensionistas do SERPROS
APOSPRODEMGE - Associação dos Aposentados da Prodemge
ACOPREVI - Associação dos Participantes da Fundação Libertas de Seguridade Social vinculados à COPASA MG
sexta-feira, 10 de junho de 2016
Imprensa repercute os bastidores do interesse nos Fundos de Pensão
No Valor Econômico, o foco é a pressão dos eleitos pelos trabalhadores de estatais para barrar o PLP 268 sob a perspectiva de que a inclusão dos conselheiros independentes selecionados no mercado. Barros, da Previ afirmou ao Valor Econômico: "Estamos buscando diversos deputados e tentando convencê-los a não votar o projeto agora", disse Barros, da Previ. Questionado sobre qual será a estratégia agora, respondeu: "Agora é guerra."
Entretanto, o Projeto de Lei 268, foi apresentado pelo Senado em 2015 que o aponta como capaz de dificultar a influência de partidos políticos na indicação de dirigentes e conselheiros dos fundos de pensão das estatais e estabelecer mecanismos para profissionalizá-los.
O periódico SOS PETROS, em reportagem de Sérgio Salgado, repercute a intenção política da carta aberta entregue pelo FIDEF - Fórum Independente dos Fundos de Pensão - que congrega Diretores e Conselheiros Eleitos das EFPC PREVI, PETROS, FUNCEF, REAL GRANDEZA e POSTALIS - denunciando o autor da mensagem que junto com o seu atual titular no Conselho Fiscal, estiverem na CPI da Petrobrás e defenderam o investimento em Sete Brasil, com o argumento de que os investimentos seriam para o desenvolvimento de tecnologia nacional, decisão de investimento que deu causa a grande parte do déficit de fundos estatais, o que coloca em questionamento o interesse em desmerecer a seleção de conselheiros independentes com experiência no mercado e sem vínculos partidários.
Entretanto, o Projeto de Lei 268, foi apresentado pelo Senado em 2015 que o aponta como capaz de dificultar a influência de partidos políticos na indicação de dirigentes e conselheiros dos fundos de pensão das estatais e estabelecer mecanismos para profissionalizá-los.
O periódico SOS PETROS, em reportagem de Sérgio Salgado, repercute a intenção política da carta aberta entregue pelo FIDEF - Fórum Independente dos Fundos de Pensão - que congrega Diretores e Conselheiros Eleitos das EFPC PREVI, PETROS, FUNCEF, REAL GRANDEZA e POSTALIS - denunciando o autor da mensagem que junto com o seu atual titular no Conselho Fiscal, estiverem na CPI da Petrobrás e defenderam o investimento em Sete Brasil, com o argumento de que os investimentos seriam para o desenvolvimento de tecnologia nacional, decisão de investimento que deu causa a grande parte do déficit de fundos estatais, o que coloca em questionamento o interesse em desmerecer a seleção de conselheiros independentes com experiência no mercado e sem vínculos partidários.
FIDEF e conselheiros contra o PLP 268/16 para garantir suas “boquinhas”
quinta-feira, 9 de junho de 2016
Urgência na aprovação do PLP 268 que altera regulamentação dos Fundos de Pensão
Câmara aprova urgência para projeto que trata dos fundos de pensão
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/camara-aprova-urgencia-para-projeto-que-trata-dos-fundos-de-pensao-19468172#ixzz4B6dTn7zk
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quarta-feira, 8 de junho de 2016
Relator da CPI quer mudanças no PLP do Senado
Em matéria do Valor Econômico digital e em seu perfil nas redes sociais, o Deputado Sergio Souza, relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão defende que a Câmara faça alterações no Projeto de Lei aprovado no Senado que trata de mudanças na legislação.
terça-feira, 7 de junho de 2016
Projeto de Lei Complementar 78/2015
Temer manda paralisar nomeações para estatais e fundos de pensão - Presidente em exercício condicionou nomeações a aprovação de projeto.Segundo Temer, objetivo é despolitizar indicações para os órgãos (G1.COM).
Como amplamente divulgado na mídia, decisão do presidente interino Michel Temer, anunciada ontem (dia 6 de junho), de paralisar todas as nomeações para diretorias e presidências de empresas estatais e de fundos de pensão, até que sejam aprovados dois projetos de lei em análise na Câmara dos Deputados - o que altera as regras para essas nomeações e o que estabelece regras de transparência e gerenciamento de empresas estatais - foi um recado claro ao poder legislativo para agilizar a tramitação e aprovação do PLC nº 78/2015.
O compromisso do Blog é com a informação responsável, queremos, assim, estimular nossos leitores a se atualizarem sobre o conteúdo do Projeto de Lei Complementar nº 78/2015 recebido pela Câmara dos Deputados para 1ª revisão e que propõe mudanças na Lei Complementar no 108, de 29 de maio de 2001 para "aprimorar os dispositivos de governança das entidades fechadas de previdência complementar vinculadas à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios e a suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e outras entidades públicas” (Ofício no 464 Senado Federal de 19/4/16).
A preocupação é de todos que, individual e coletivamente, têm interesse no aprimoramento de mecanismos de blindagem das interferências políticas e de melhoria da gestão dos fundos de pensão, prevenindo-os de maus gestores.
O SOS FUNCEF estuda os detalhes do PLP, observa as opiniões controversas expostas nas redes sociais nos vários grupos e incentiva este espaço para a manifestação cidadã de seus leitores. Recomendamos que observem as análises de associações, de federações, de institutos e de indivíduos com isenção de ideologias político-partidárias. Estamos fazendo o mesmo na intenção única de um futuro justo para os fundos de pensão e seus participantes.
Em breve, daremos mais notícias.
Aqui, nos limitamos estimular a leitura e contribuição com conteúdos nas discussões entre amigos, nas redes sociais e neste blog. Escreva-nos colocando os pontos que lhes são preocupantes. Participe! A responsabilidade é de todos nós.
Resultados preliminares da enquete respondida por nossos leitores reforça nosso compromisso com a informação - 9,1% consideram ter alto conhecimento sobre os fundos de pensão e cerca de 69% graduaram seu conhecimento entre os níveis 3 e 4. Demonstração de que temos espaços a serem preenchidos e aprimorados.
Seguimos nesta direção, com responsabilidade e isenção.
A enquete continua disponível à participação de todos. Os resultados preliminares dizem respeito às respostas recebidas até o dia 1º de junho/16. Participaram 55 leitores, ambos os sexos, sendo a grande maioria composta de participantes da Funcef.
segunda-feira, 6 de junho de 2016
Enquete Fundos de Pensão
Resultados preliminares da enquete respondida por nossos leitores reforça nosso compromisso com a informação - 9,1% consideram ter alto conhecimento sobre os fundos de pensão e cerca de 69% graduaram seu conhecimento entre os níveis 3 e 4. Demonstração de que temos espaços a serem preenchidos e aprimorados. Iremos nesta direção com responsabilidade de isenção.
A enquete continua disponível na internet à participação de todos. Os resultados preliminares dizem respeito às respostas recebidas até o dia 1º de junho/16. Participaram 55 leitores, ambos os sexos, sendo a grande maioria composta de participantes da Funcef.
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